17 março 2007

A questão do transporte coletivo na cidade de São Paulo

Ok, sr. Prefeito. Realmente os ônibus de hoje são - tecnicamente falando - bem melhores que no passado. Agora têm lixeira, alguns até ar condicionado, outros tevê de plasma, mas nada disso resolve a questão fundamental que é o fato do transporte público da cidade só ter sido pensado para pobres paulistanos. Senão vejamos:

· as placas indicadoras dos trajetos nos ônibus (que ficam ao lado da porta e sobre a cabeça do cobrador) não mudam na viagem de ida ou volta, muitas vezes nem colocam. Quando tem, o destino de ida na placa fica assim também para a volta, desorientando qualquer passageiro.

· os painéis indicadores das linhas que param em pontos separados (caso da Av. Dr. Arnaldo e Paulista - entre outras vias) estão desatualizados quando não inexistentes, não se sabendo qual parada de ônibus deve-se esperar qual condução.

· os painéis eletrônicos só existem para inglês ver. Nunca funcionaram corretamente, apesar de dizerem que todos onibus são equipados com GPS.

· o que adianta ônibus modernos com motoristas trogloditas? Enquanto a maioria dos motoristas acharem que transportam gado e não gente, freando e acelerando como se estivessem competindo em Interlagos, transporte coletivo vira piada de mau gosto.

· se S.Paulo é a cidade que mais turistas recebe, não seria hora da prefeitura instituir um bilhete único descartável, impresso em folha de papel grosso com direito a um ou dois dias de viagens, a um preço fixo, vendido em hotéis? Há 25 anos esse tipo de bilhete já existe em diversas cidades européias, eu disse 25 anos e não dois nem cinco anos!

· o serviço de itinerários da Sptrans na internet é louvável, mas ainda patina em oferecer as melhores opções de transporte entre dois pontos. Várias vezes a opção apresentada não é a opção correta, e muitas vezes informam paradas de ônibus inexistentes.

· o telefone 156 FINALMENTE é gratuito. Falta agora atenderem as ligações rapidamente, e depois de sermos atendidos, darem realmente boas opções de transporte - não indicam integrações, com metrô menos ainda, nem outras opções. O serviço precisa passar por uma faxina urgente!!!

· os terminais de ônibus estão virando camelódromos senão coisa pior que isso. Depois de liberarem as catracas, os terminais viraram espaços sujos, deteriorados, e sem nenhum tipo de fiscalização ou equipe de informação.

· Número e nome das linhas de ônibus deveriam ser visíveis não apenas na lateral e na parte frontal como também na parte traseira de um ônibus. Mas estas informações constam apenas na frente e raramente nos lados. Atrás, nem pensar.

· Havia uma lei que proibia ônibus colarem painéis no vidro traseiro - pelo visto, como todas as leis, pegou por um certo tempo. Os vidros já estão novamente cobertos com as mais diversas propagandas.

Por tudo isso, não reclamem que turista não quer saber de transporte coletivo na cidade de São Paulo. Na contramão de qualquer metrópole, São Paulo mostra absoluta ineficiência em oferecer condução barata para seus visitantes. Viva o Taxi, o carro alugado e a poluição desenfreada!

Sr Prefeito, o senhor alguma vez usufruiu de transporte coletivo pra ver como é?

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