12 julho 2008

"Feliz Natal" - um filme de Selton Mello




Ainda não tem "site oficial", parece, mas se tiver, avisem. De qualquer forma, numa surpresa bastante surpreendente, conheci o espetáculo do Theatro Municipal de Paulínia e vi o filme de Selton, dentro da programação do 1. Festival de Cinema de Paulínia. Carta marcada: se não ganhar a maioria dos prêmios deste festival (e olha que só vi este), então não há estratégia política na coordenação, coisa que não existe em festivais de cinema que grassam no país. Enfim, deixando de lado a política e me concentrando no filme: se ganhar prêmios, serão justos, pois realmente Selton sobressaiu-se e colocou a alma a tapa. Se não ganhar, será premiado da mesma forma. Mas isso seria utópico. Curto: O filme de Selton "Feliz Natal" está para o cinema como "Aniversário", de Álvaro de Campos (aliás, Fernando Pessoa) está para a poesia. Aliás, não entendo porque Selton não se fez valer de um heterônimo para assinar seu filme. Aliás, até sei, mas não seria atitude exclusiva dele. Faz parte do jeito brasileiro de se apresentar na mídia: impossível querer assumir um heterônimo.

Algumas impre(ci)ssões:

* o tempo todo é "pare / ande". Mas o final é "atenção" (repare nas cores do filme).

* homenagens a vários filmes e cineastas (tem citações para o filme grego Sur, tem Glauber Rocha, tem o Mojica, tem Fanni Alexander, diálogos a la Tarantino, enfim, cinema e mais cinema.

* enquadramentos geniais: olhe nos olhos dos personagens! Olhe os reflexos, as sombras! Tem muito filme nos menores detalhes.
* menstruação é um processo presente que explica muitas situações e atitudes, apesar de filme masculino.


* infelizmente não me parece ser exceção, mas regra. É a hipocrisia que estanca.