01 agosto 2010

Uma noite em 67


Sempre achei que a gente quando jovem é revolucionário e depois dos 50 anos a gente volta a virar conservador e caretão. O Festival de 67 de certa forma é prova disso, mas apenas o festival e não o seu documentário. Ou eu continuo sendo revolucionário demais no alto dos meus 50 e tantos, ou definitivamente estou ficando demasiado crítico.
Pois prá mim, a estética desse filme está mais para documentar um encontro evangélico do que a importância que foi o festival. Como podem perguntar os participantes deste evento: Como vc vê hoje o Caetano de 67? Ou a única grande polêmica que conseguiram descobrir, foi a briga dos "com guitarra" contra os "sem guitarra". Nada mais? Víamos definitivamente os músicos extremamente seguros, apesar do Gil achar que estava em pânico. Vemos os músicos flexíves para superar quaisquer limites que pudessem lhes impor, e o documentário fica querendo ouvir se o músico hojeoainda lembra da letra da música ora cantada??? E o único grande desvio foi um "pânico" no Gil, e alguns "gorós" do Chico??? Tá bom, devo propor ao invés de criticar? Proponho: queria ver uma mesa redonda com TODOS os participantes juntos fazendo reflexões sobre o próprio comportamento e dos outros, depois de terem ouvido os comentários individuais atuais. Queria ouvir perguntas sobre a sobriedade dos participantes durante o festival, o que rolava nos bastidores, como era a vida público/privada dos participantes, como era o antes/durante/depois do festival.
Enfim, filminho prá lá de careta, quadradão, praticamente inexistente. O que transparece mesmo foi o festival. Logo, não vi documentário nenhum. Vi um arquivo histórico. Nada mais.

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