
Sempre achei que a gente quando jovem é revolucionário e depois dos 50 anos a gente volta a virar conservador e caretão. O Festival de 67 de certa forma é prova disso, mas apenas o festival e não o seu documentário. Ou eu continuo sendo revolucionário demais no alto dos meus 50 e tantos, ou definitivamente estou ficando demasiado crítico.
Pois prá mim, a estética desse filme está mais para documentar um encontro evangélico do que a importância que foi o festival. Como podem perguntar os participantes deste evento:
Como vc vê hoje o Caetano de 67? Ou a única grande polêmica que conseguiram descobrir, foi a briga dos "
com guitarra" contra os "
sem guitarra". Nada mais? Víamos definitivamente os músicos extremamente seguros, apesar do Gil achar que estava em pânico. Vemos os músicos flexíves para superar quaisquer limites que pudessem lhes impor, e o documentário fica querendo ouvir se o músico hojeoainda lembra da letra da música ora cantada??? E o único grande desvio foi um "pânico" no Gil, e alguns "gorós" do Chico??? Tá bom, devo propor ao invés de criticar? Proponho: queria ver uma mesa redonda com TODOS os participantes juntos fazendo reflexões sobre o próprio comportamento e dos outros, depois de terem ouvido os comentários individuais atuais. Queria ouvir perguntas sobre a sobriedade dos participantes durante o festival, o que rolava nos bastidores, como era a vida público/privada dos participantes, como era o antes/durante/depois do festival.
Enfim, filminho prá lá de careta, quadradão, praticamente inexistente. O que transparece mesmo foi o festival. Logo, não vi documentário nenhum. Vi um arquivo histórico. Nada mais.