Como dizia Lacan, o enunciado "goze!", em vez de libertar, reforça a culpa. Para evitar o empuxo dessa diretriz do "goze ao máximo sempre" é preciso repensar esse movimento que, no mundo atual, pede cada vez mais ação, envolvendo capitalização do signo. Aí se coloca o que Giorgio Agamben (filósofo italiano, 1942) tematiza como inoperatividade, encarnada na personagem de Bartleby, de Melville, para quem é "melhor não agir" para não repetir o sistema. Não se trata de preguiça ou inativismo, mas de mudança de postura diante das partilhas do social, dos modos de
distribuição do sensível.
Revista CULT - no. 144 p.57 A Mídia e o Gozo pelo Consumo.
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