08 fevereiro 2009
O bebê suave
Hoje observava as senhoras de Higienópolis (bairro classe média-alta de São Paulo) levando seus bebês para passear.
Fiquei pensando nessas crianças que há pouco tempo atrás, dentro do útero de suas mães, balançavam durante uns 9 meses enquanto suas mães caminhavam nas compras, ou mudando de lado quando as mães iam dormir, ou virando de ponta cabeça quando a mãe pulava na piscina, enfim, 9 meses de intenso movimento e liberdade.
Aí nascem e entram em um carrinho que desliza suavemente por ruas, com laterais fechadas, teto no alto fechado que não dá outra opção ao bebê a não ser olhar para frente. Ser empurrado para frente por alguém que não sabe quem é (ou seja, na impressão do bebê por ninguém), para olhar para frente e para não balançar e sentir a suavidade da vida solitária e individual.
Desde muito pequena a criança já sabe o que a espera neste mundo. Entre várias outras indústrias, uma agradece imensamente a esta iniciativa: a indústria automobilística. E viva a vida nas cavernas, quero dizer, nos bunkers, errei de novo: nos shoppings. Eu não me acostumo.
PS: o diabo não mora no inferno. O diabo mora dentro de nós e nós o convocamos conforme vamos moldando nossas sociedades futuras. Depois não botem a culpa em Deus! Meu Deus!
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