Nem a KRAKOLANDYA nem a Cracolândia existem. Nunca existiram e nunca irão existir de fato, como espaço geopolítico. Existem apenas em conluio conveniente com o poder público estrategista que sobre tal expressão investe pesadamente no mercado imobiliário para seus gáudios futuros. Aqui neste blog existem várias matérias sob link de "cracolândia". Elas servem apenas para denunciar que o que existe de fato não existe de direito.
Ao ler CRACOLÂNDIA, leia-se: descaso total do poder público em políticas sociais próprias na busca de qualidade de vida a pessoas em absoluto estado de marginalização social - e isso com o único e desumano interesse em angariar imóveis a preço baixo que mais tarde serão reformados e vendidos a preços dez vezes mais caros. Ou seja: GENTRIFICAÇÃO no mais vil sentido da palavra.
08 fevereiro 2009
O bebê suave
Hoje observava as senhoras de Higienópolis (bairro classe média-alta de São Paulo) levando seus bebês para passear.
Fiquei pensando nessas crianças que há pouco tempo atrás, dentro do útero de suas mães, balançavam durante uns 9 meses enquanto suas mães caminhavam nas compras, ou mudando de lado quando as mães iam dormir, ou virando de ponta cabeça quando a mãe pulava na piscina, enfim, 9 meses de intenso movimento e liberdade.
Aí nascem e entram em um carrinho que desliza suavemente por ruas, com laterais fechadas, teto no alto fechado que não dá outra opção ao bebê a não ser olhar para frente. Ser empurrado para frente por alguém que não sabe quem é (ou seja, na impressão do bebê por ninguém), para olhar para frente e para não balançar e sentir a suavidade da vida solitária e individual.
Desde muito pequena a criança já sabe o que a espera neste mundo. Entre várias outras indústrias, uma agradece imensamente a esta iniciativa: a indústria automobilística. E viva a vida nas cavernas, quero dizer, nos bunkers, errei de novo: nos shoppings. Eu não me acostumo.
PS: o diabo não mora no inferno. O diabo mora dentro de nós e nós o convocamos conforme vamos moldando nossas sociedades futuras. Depois não botem a culpa em Deus! Meu Deus!
Ou seja:
comportamento,
crítica
A vida real por R$ 1,00
Talita Figueiredo precisa entender que esse tipo de atividade em nada se diferencia de Fausto, ou de qq outro vampiro sem sangue nas veias, que precisa do sangue dos outros para viver. Lamentável.
Mas a coletora de histórias-vampira não está errada. Aqueles que gostam de dar seu sangue precisam de alguém que o tome. Nisso, existe a figura de Manuela Dias que não perde seu tempo.
Desolador fazer parte de uma sociedade que não se dá valor.
Pequeno trecho da reportagem no Estadão de hoje. Clique no título deste POST, para ler a matéria inteira (se quiser).
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- "Posso contar a minha história? A minha é fresquinha, fresquinha, como se tivesse arrancada do pé. Minha história é de uma lição de vida que eu tive. Pelo seguinte: às vezes as pessoas pensam que a gente tem amigo, mas não é verdade. Eu conheci uma pessoa desde pequena, cresci quase com ela. Essa pessoa se chegou na minha casa, se fazendo de minha amiga, ia lá na minha casa, comia, fazia minha unha até (...) Aí o que que acontece, eu vi meu marido ficando diferente comigo e eu não sabia por quê. Pra mim, a serpente tava longe, mas tava perto e eu não sabia. E acabei descobrindo agora, no final do ano, que o meu marido se envolveu com essa garota que eu vi crescer."
[ ]Entrevistadora: Vai chorar?
[/ ]"Ainda não. Já chorei tanto que não tenho nem mais lágrima. Então aquilo me abalou demais, entendeu, aquilo afetou meu casamento de nove anos, afetou minha filha que sentiu."
[...]
Desolador fazer parte de uma sociedade que não se dá valor.
Pequeno trecho da reportagem no Estadão de hoje. Clique no título deste POST, para ler a matéria inteira (se quiser).
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A vida real por R$ 1
Ela compra histórias de transeuntes do Largo da Carioca, centro do Rio, para um livro e um filme
Talita Figueiredo - O Estado de S.Paulo
[ ]Entrevistadora: Vai chorar?
[/ ]"Ainda não. Já chorei tanto que não tenho nem mais lágrima. Então aquilo me abalou demais, entendeu, aquilo afetou meu casamento de nove anos, afetou minha filha que sentiu."
[...]
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