Muita gente pra ver os dois volumes seguidos do Kill Bill (passou assim apenas no OpenAir - um dia q choveu pra cacete, no Joquei Club). Eu vejo o primeiro volume como o delírio multimidiático, prá ser transformado em tudo que é coisa: CD, joguinhos de computador, moda em geral: camiseta, boné, chaveirinho etc, objetos de consumo, enfim, o filme tem a cor amarela vermelha da publicidade escrota que nos agride e metralha, e é o consumo em tudo: consumo de membros que são cortados, consumo de sangue, consumo de tudo que podemos ter e queremos ter e temos que pagar pra ter, até o momento que a mulher - apenas a mulher - pode obter o único bem, um bem bem maior que a preenche em todos os mundos, e por incrível que pareça esse bem não tem preço, não se compra e pode vir de graça (eu disse pode): um bebê. Depois disso, o filme com a trajetória do encontro do bebê (que ela não sabe vivo ou morto), muda de cores, muda de objetos, acaba a publicidade, somem os produtos em excesso e dá-se espaço à palavra. Tudo que era vendido com embalagem agora têm seus conteúdos desnudados e a verdadeira face apresentada, com seus erros e acertos, com meleca e batom, com cueca suja e cabelo penteado. O tema é mais frio, as cores se azulam, o resultado do exame de gravidez é azul, o mundo é mais frio e a realidade sem folclore, sem egotrip, é sórdida e dolorida. E a única coisa que importa é a sobrevivência da espécie, a grande atriz, mais importante que Uma Thurman, é Perla Haney-Jardine, a B.B., a filha de Bill e de The Bride aka Beatrix Kiddo aka Black Mamba aka Mommy, como percebem, uma grande homenagem à letra "B". Kill B.
Um comentário:
Acho fantástico Kill Bill!!!
Poxa, Madame Satã eu ainda não tive a oportunidade de ir... só nos dois onde minha amiga disse q não foi!
beijos
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